Vivemos num mundo em transição e somos cada vez mais impactados por eventos climáticos extremos. Para enfrentá-los há a busca por soluções em diversas vertentes e as cidades florestais do futuro são excelentes opções.
Este conceito representa uma visão inovadora que busca integrar a natureza e as áreas urbanas de forma profunda, transformando nossas cidades em verdadeiros ecossistemas.
A ideia central é criar ambientes urbanos onde as árvores são fundamentais, não apenas como elementos estéticos, mas como parte integrante da infraestrutura e do bem-estar da população.
A criação de florestas urbanas faz com que as cidades sejam dignas de se viver e em sintonia com o meio ambiente.
Neste artigo, apresentaremos o conceito das cidades florestais do futuro e quais são os exemplos brasileiros que conservam suas áreas verdes, visando um futuro mais sustentável.
Muitas pessoas podem imaginar que as cidades do futuro terão carros voadores, arranha-céus imensos e que serão extremamente tecnológicas. Estão enganadas!
Especialistas destacam que as cidades do futuro precisam ser moldadas para alcançar um único objetivo: a integração harmoniosa com a natureza!
Também prezam pela maximização da qualidade de vida, minimizando o consumo de recursos naturais. É uma ideia voltada à eficiência e à sustentabilidade do planeta.
Neste cenário, as florestas emergem como elementos cruciais, não apenas como áreas verdes, mas como verdadeiros tecidos vivos que conectam as cidades aos ecossistemas naturais.
Nelas, a vida urbana e a natureza se inter-relacionam de forma simbiótica. Neste contexto, as florestas:
Ou seja, nossas cidades terão sim tecnologia de ponta. Mas muito dela será aplicada para gerar mais monitoramento, análises constantes e melhorias da simbiose floresta/cidade, conferindo segurança, sustentabilidade, inovação e eficiência.
Ou seja, teremos cidades florestais do futuro!
Já pensou em ter cidades que se fundem harmoniosamente com a natureza, onde prédios ocupam os mesmos espaços com árvores e a vida urbana coexiste com a biodiversidade?
Pois é, até parece uma utopia, mas muitos projetos já estão sendo desenvolvidos para que isso vire realidade.
Este é o conceito das “cidades florestais”, que ganha cada vez mais força em muitas áreas urbanas e tem tudo para ditar o futuro. Ele promete revolucionar a forma como vivemos e interagimos com o meio ambiente.
A ideia parte do princípio de que as áreas rurais se tornarão menores e menos produtivas como resultado das mudanças climáticas e crescimento populacional.
Com isso, as cidades – que antes consumiam bens e serviços de grandes lavouras – terão que se tornar internamente produtivas, praticamente autossuficientes.
E, as árvores estão no centro disso, contribuindo para o equilíbrio energético da cidade por meio do resfriamento do ambiente, regulação e limpeza dos fluxos de ar/água e garantindo que nossos solos urbanos funcionem de maneira saudável.
Essa é uma estratégia que reconhece o potencial de produtividade da floresta urbana, pois as campanhas para estimular os mercados de madeira cultivada localmente e alcançar eficiências de manejo mais eficientes estão provando ser bem-sucedidas.
A Fundação Boticário tem um material muito interessante sobre o tema. Ela relaciona o assunto com as Soluções Baseadas na Natureza (SBN).
Segundo o material, a SBN é “representada por ações que utilizam processos e ecossistemas naturais para enfrentar desafios urgentes da sociedade, como o risco de falta de água ou impactos de eventos climáticos extremos que refletem na segurança e na saúde da população”.
O conceito reúne elementos chave para a construção de cidades sustentáveis, como o conceito de:
Conjunto de serviços fundamentais para o desenvolvimento socioeconômico de uma região tais como saneamento, transporte, energia e telecomunicação;
Responsável pela utilização dos serviços ecossistêmicos, ou benefícios provenientes da natureza, para compor os elementos necessários para o estabelecimento da infraestrutura convencional.
Essas medidas também incentivam uma economia regenerativa, que considera o valor de recursos socioambientais, e fomentam o crescimento de empresas e organizações que promovem o cuidado e a conservação da natureza.
Em uma área de 175 hectares ao longo do rio Liujiang, a China finalizou a construção da primeira cidade floresta do mundo.
Conhecida como Liuzhou, a cidade florestal chinesa, que possui capacidade para cerca de 30 mil habitantes, propõe um modelo de coexistência entre humanos e a natureza, expandindo o conceito de biodiversidade urbana.
O grande foco é integrar a natureza profundamente no tecido urbano para combater a poluição atmosférica de maneira sustentável.
O projeto irá abrigar cerca de 40 mil árvores e 1 milhão de plantas de mais de 100 espécies diferentes capazes de absorver aproximadamente 10.000 toneladas de CO2 e 57 toneladas de partículas finas por ano, enquanto produz cerca de 900 toneladas de oxigênio.
Esta cidade não é apenas um marco na melhoria da qualidade do ar e na regulação da temperatura urbana, mas também serve de exemplos para muitas outras cidades ao redor do mundo, inclusive no Brasil.
Focadas em serem cidades florestais do futuro, muitos municípios do mundo inteiro já estão comprometidos com a conservação e preservação das florestas e sua simbiose com as áreas urbanas.
No Brasil, algumas cidades já se juntaram a esse grupo. Acompanhe abaixo alguns exemplos e como cada uma delas já está trabalhando por suas florestas.
A capital mineira é uma das capitais mais arborizadas do país: 82,7% das vias são arborizadas, com aproximadamente 560 mil árvores. Esse número sobe para 2 milhões se considerados os parques e áreas de preservação.
Um dos projetos desenvolvidos pela cidade para proteger as áreas naturais é o Montes Verdes, que promove a recuperação e revegetação de áreas degradadas. Para isso, identifica e cataloga as áreas e propõe planos.
Desde 2017, 15 mil mudas de árvores nativas já foram plantadas na cidade.
Localizada no bioma da Amazônia, a cidade é conhecida por suas muitas ações de conservação.
A vegetação da cidade se constitui principalmente de florestas, e 66% das vias são arborizadas. Desde 2017, Macapá já recebeu o plantio de mais de duas mil mudas de árvores nativas.
Rio Branco tem um dos maiores índices de áreas verdes da região Norte, com 10 m² por habitante. Muito próximo ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde, de 12 m² por habitante.
Para manter e melhorar esse resultado, a cidade trabalha para ampliar ainda mais suas áreas verdes. Ela cria espaços naturais e promove a recuperação de áreas degradadas, fortalecendo a relação floresta-cidade.
Nos últimos anos, a capital acreana duplicou de cinco para dez o número de parques municipais e realiza o plantio de em média 3 mil árvores por ano nas vias públicas.
Rio Branco também instituiu o Zoneamento Econômico, Ambiental, Social e Cultural (ZEAS), com a finalidade de otimizar o uso dos recursos naturais e socioeconômicos a partir das culturas e histórias das comunidades rurais.
Essa é uma ferramenta de planejamento territorial fundamental para orientar as políticas do setor e auxiliar a conservação das florestas sem desconsiderar a população local.
São Luís possui uma grande cobertura florestal. A preservação de florestas e a restauração de outras áreas é prioridade na cidade.
A capital maranhense implementou dois programas municipais com o objetivo de ampliar a cobertura vegetal.
A cidade também preza pelas ações de capacitação técnica, monitoramento de qualidade da água e controle dos impactos ambientais. Florestas podem ser gerenciadas de forma a torná-las cada vez mais verdes e integradas à natureza.
Elas desempenharão um papel fundamental nesse processo, transformando as cidades em verdadeiros oásis urbanos, onde a qualidade de vida e a sustentabilidade andam juntas.
No futuro, as florestas moldarão as cidades, funcionando como seus pulmões e sua alma.
Quer saber mais? Então acompanhe a importância e benefícios da gestão florestal para a economia e o meio ambiente.