O mundo sofreu e ainda sofre com as consequências da pandemia do novo coronavírus. Com essa crise exercendo efeitos negativos sobre todos os setores. Mas o agronegócio, e mais especificamente o setor florestal brasileiro, enfrentaram e superaram essas dificuldades muito bem. No texto de hoje iremos abordar as principais tendências do mercado florestal no Brasil em 2022.
Considerado essencial durante a pandemia, o mercado florestal simplesmente não parou nos últimos 2 anos! Muito pelo contrário, vários segmentos, como o de celulose, embalagens e materiais de higiene pessoal, tiveram suas demandas aumentadas.
Essa é a prova de que o setor florestal brasileiro possui grande resiliência. Mas agora é hora de projetar as tendências para o mercado florestal para 2022. Esperamos seja conduzido já sem a pandemia (pelo menos no segundo semestre). Os primeiros indicativos já mostram que o setor se manterá muito forte.
Portanto, convidamos você a conhecer a importância do mercado florestal na economia nacional, assim como as tendências e expectativas para o ciclo de 2022.
Pelas suas características edafoclimáticas (solo e clima) e potencial tecnológico nas áreas de silvicultura e manejo florestal, o Brasil conquistou grande competitividade no mercado (interno e externo) de produtos florestais.
Interessante ressaltar que a atividade florestal e toda a cadeia produtiva a ela associada se caracterizam pela grande diversidade de produtos, produzidos por diferentes ramos.
O setor engloba um conjunto de atividades e segmentos. Incluindo a produção e a transformação da madeira in natura em muitos outros itens. Como: celulose, papel, painéis de madeira, carvão vegetal, móveis, pisos laminados, madeira serrada, além dos produtos não madeireiros.
Todas essas possibilidades são decorrentes da grande cobertura florestal brasileira, que em números absolutos fica atrás apenas da Rússia.
Pode até parecer pouco, mas enquanto o PIB do país cresceu apenas 2,7% de 2010 a 2020. O valor adicionado da cadeia produtiva do setor de árvores cultivadas no PIB apresentou incremento de 10,2%, no mesmo período. Em 2020, o setor teve uma participação na cadeia do setor agropecuário de 4,4%.
Além do mais, durante a crise, o setor evitou demissões e conseguiu, com o aumento da demanda, ampliar o volume de trabalhadores. Com isso, as atividades da indústria florestal contribuíram para a geração de mais de 536 mil empregos diretos e 1,5 milhão de postos de trabalho indiretos.
Os produtos florestais têm se destacado na pauta de exportações do agronegócio. Atualmente, mais de 70% dos produtos florestais são exportados. A celulose continua sendo o carro-chefe.
A celulose nacional atinge milhões de pessoas em todo o planeta, estando presente em diversos produtos. Mais do que isso, o Brasil tem muito a comemorar. Devido aos seus diferenciais: 100% da celulose e do papel brasileiro são provenientes de árvores cultivadas para fins industriais, ou seja, não há relação com o desmatamento ilegal.
Resultado disso é que apenas em 2021 a commodity trouxe US$ 6.727,91 milhões ao país, comercializando 16.260.465 toneladas, indicando uma participação de 2,4% nas exportações totais do país.
Estes números mostram que o Brasil é muito competitivo. E possui a capacidade de produzir celulose com o menor custo, com ganhos de até market share.
Já a exportação brasileira de papel e cartão foi de 1.869.446 toneladas. O que gerou em 2021 um valor de US$ 1.652,61 milhão, tendo como principal destino a América do Sul, seguida da Europa e da América do Norte.
O setor florestal brasileiro enfrentou muito bem pandemia, saindo fortalecido deste grande desafio. Isso só foi possível porque o setor soube ler a gravidade da pandemia e se preparou para atender à demanda.
Analistas ligados à Ibá e outras associações creem que neste ano ocorra uma manutenção de aquecimento de produtos produzidos a partir de árvores cultivadas, com o planeta buscando cada vez mais itens sustentáveis. E nisso, o Brasil é exemplo e referência mundial.
Assim, a tendência é que a China, que gerou uma receita ao setor de US$ 2,8 bilhões em 2021, deve se manter como principal mercado da celulose nacional em 2022, seguida dos Estados Unidos.
Apesar disso, na avaliação de analistas, há uma indicação de que tenhamos uma tendência de preços menores da celulose durante todo o ano de 2022.
Isso pode ser consequência da queda da demanda chinesa, ocorrida no segundo semestre de 2021. Isso gerou impacto nos preços mundiais do produto, tirando quase US$ 200 por tonelada em relação ao primeiro semestre, momento em que a tonelada da fibra curta atingiu US$ 780.
Por outro lado, há uma expectativa de que essa demanda chinesa mais reprimida seja transferida para os primeiros meses de 2022, o que poderia elevar os preços.
(1) estoques maiores; e
(2) aumento de oferta das novas fábricas da América do Sul.
Como visto anteriormente, todas as estimativas para 2022 associadas ao mercado florestal indicam crescimento maior quando comparadas com 2021.
Assim, todos os setores deste amplo mercado devem se manter aquecidos. Tais como madeira serrada, molduras, painéis em geral, celulose e papel, biomassa e etc.
No entanto, há a necessidade de que o setor florestal brasileiro reforce as estratégias para crescer ainda mais. Ou seja, o planejamento é essencial e o gestor das empresas devem acompanhar o cenário macro e microeconômico do país. Inclusive os efeitos da guerra Rússia/Ucrânia, recentemente deflagrada, precisam ser acompanhados de perto pelo setor.
Cabe ao gestor ter um planejamento de curto e médio prazo. Pois o aquecimento do mercado poderá ocasionar escassez e/ou atrasos na entrega de máquinas, equipamentos, insumos e etc.
O ano de 2022 pode ser ainda pautado na definição de soluções relacionadas às crises ambiental e climática, que ainda seguem gerando muita incerteza nos mercados. Neste cenário, o Brasil deve tomar a dianteira sobre este importante debate.
Especialistas acreditam que o setor florestal brasileiro deve sempre se aproveitar e principalmente comunicar ao mercado a grande vantagem competitiva que possui.
Por fim, a tendência para o mercado florestal é que o debate se fortaleça pautado nas tecnologias destinadas à mitigação dos impactos ambientais e climáticos.
A expectativa é que muitas áreas vão se desenvolver de forma exponencial nos próximos anos. Pautadas em novos produtos ligados à bioeconomia, sustentabilidade, créditos de carbono, compensação ambiental, conectividade no campo, 5G e demais avanços relacionados à agricultura digital sustentável.
Diante disso tudo, o investimento em um sistema que permita maior controle da frota florestal pode ser, dentre outras ações, essencial para tornar o processo da indústria florestal muito mais eficaz, do início ao fim, levando maior qualidade e confiabilidade do nível de informação de campo.
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