Nas últimas décadas, o agronegócio vem passando por significativas transformações visando aumento da produtividade sem a abertura de novas áreas. Neste contexto, a agricultura digital é uma tendência que se destaca.
Essa é uma forma de conduzir a agricultura baseada na integração entre sistemas, plataformas, ferramentas e soluções inteligentes que permitem otimizar os recursos e aumentar a produtividade.
Dentro deste cenário, o Brasil tem total capacidade para usar as soluções em agricultura digital. Visando o aumento da sua capacidade produtiva de uma maneira mais sustentável e, ao mesmo tempo, atender às demandas globais por segurança alimentar.
Confira o que é a agricultura digital, seu panorama para o agronegócio brasileiro e porque ele é uma forte tendência para o futuro.
Surgida em meados dos anos 2000, a agricultura digital vem passando por transformações cada vez mais rápidas nos últimos anos devido à revolução 4.0.
Basicamente, o conceito de agricultura digital é baseado no emprego de diferentes tecnologias digitais no dia a dia do campo. Visando maiores produtividades e eficiência com uso otimizado dos recursos naturais.
De uma forma mais específica, os recursos tecnológicos da agricultura digital são adotados para modernizar, automatizar e melhorar a produção agrícola. Para isso, há o uso de tecnologias como Big Data, drones, inteligência artificial, machine learning entre outras ferramentas relacionadas à tecnologia da informação.
A agricultura digital também se baseia na coleta e análise de uma infinidade de dados. Que dão ao agricultor o respaldo necessário para que ele tome decisões mais assertivas sobre o manejo de produção.
A agricultura brasileira faz cada vez mais uso de tecnologias para aumentar a produtividade. Prova disso é um levantamento realizado pela Embrapa que indicou que os avanços tecnológicos ligados à agricultura digital foram responsáveis por aumentar em 59% a produção agrícola entre 1975 e 2015.
Todo este panorama demonstra que o investimento em tecnologia realmente se reflete em melhores resultados, ajudando produtores brasileiros a alcançar recordes de suas safras e favorecer a balança comercial brasileira.
Isso vem motivando o setor a continuar incorporando as novidades tecnológicas no campo e uma recente pesquisa comprova isso.
Realizada pelo Sebrae, Embrapa e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), essa pesquisa revelou que 84,1% dos produtores rurais brasileiros já fazem uso de pelo menos uma tecnologia voltada à agricultura digital em suas atividades produtivas.
Este panorama indica que a agricultura brasileira migra, cada vez mais, para a digitalização de seus processos, indicando o avanço da nossa agricultura.
A mesma pesquisa indicou que para 67,1% dos entrevistados, o ecossistema digital será cada vez mais necessário dentro das atividades rurais. Dentre as tecnologias, a internet é apontada por 70,4% dos entrevistados como ferramenta útil ligada às rotinas gerais da produção agrícola.
Além disso, aplicativos ou programas que permitem a obtenção de dados sobre a propriedade e processos são usados por 57,5% dos entrevistados, enquanto 22,2% relatam utilizá-los para atividades de gestão.
De acordo com o estudo, somente 40% dos produtores afirmam que utilizam novas tecnologias para negociar seus insumos e produtos agrícolas e apenas um terço dos agricultores usam soluções digitais para mapear a lavoura e fazer previsões sobre riscos climáticos.
Ou seja, ainda há espaço para aumentar o uso de ferramentas digitais no campo. Porém, para isso os agricultores precisam enfrentar alguns desafios importantes.
A tecnologia digital está cada vez mais comum nos processos agrícolas. Consequentemente as vantagens obtidas por agricultores brasileiros estimulam o investimento.
Assim, além da otimização de processos e automatização, as vantagens deste conjunto de tecnologias digitais são:
Uma das grandes metas do agricultor ao investir em tecnologias de agricultura digital é o aumento na produção, sendo este o principal benefício obtido.
Em locais onde as tecnologias digitais são aplicadas com maior intensidade, é possível notar um melhor aproveitamento da terra, resultando em maior produtividade por hectare.
A agricultura digital é baseada no uso de ferramentas tecnológicas que ajudem a resolver os problemas de desigualdade das lavouras, sem que seja necessário aumentar os custos.
Por exemplo, o uso de mapas de produtividade vai ajudar o agricultor a aplicar uma quantidade variável de insumos em cada talhão, gerando economia destes produtos.
Assim, o agricultor consegue economizar insumos e ao mesmo tempo garante maior produtividade.
Uma das tecnologias digitais que mais ganham espaço no agronegócio são aquelas voltadas à rastreabilidade de insumos, máquinas e da produção.
Essa possibilidade de levar a rastreabilidade para a produção aumenta a segurança operacional e evita o furto ou a perda da mercadoria, ajuda também a implementar medidas de segurança sanitária.
Além disso, o produtor consegue acompanhar toda a logística dos seus produtos e pode receber alertas em tempo real, caso algo aconteça fora do planejado.
Toda essa tecnologia permite ao agricultor tomar as melhores decisões e traçar estratégias para superar desafios e contornar problemas.
A agricultura digital faz uso de uma série de sensores, robôs, drones, softwares e aplicativos que permitem um monitoramento constante de tudo que envolve a agricultura.
Tais instrumentos tecnológicos são cruciais, pois serão eles que vão gerar dados e informações para o melhor uso de recursos naturais e dos insumos. Garantindo assim o monitoramento constante das atividades, visando melhorias constantes.
A ocorrência de desperdícios e prejuízos podem acontecer em praticamente todas as fases do sistema de produção, seja por manejo realizado de forma inadequada, seja por falha na gestão.
Cabe à agricultura digital promover a integração de todas as etapas produtivas e resolver tais questões.
Por meio das tecnologias digitais, o agricultor tem a possibilidade de traçar cronogramas de operação e gestão mais eficientes. Pode também evitar possíveis perdas em cada etapa.
Como você pode ver, as vantagens da agricultura digital são muitas e estimulam o investimento. No entanto, essa nova forma de fazer a agricultura tem algumas desvantagens importantes.
Mesmo se tornando mais popular ao longo dos anos, a agricultura digital ainda tem que enfrentar o ainda elevado custo da implantação de sistemas e tecnologias, a adequação de máquinas agrícolas, e a falta de produtores qualificados para a operação.
Mas, podemos olhar para essas questões não como desvantagens e sim como desafios que precisam ser superados.
Assim, além do elevado custo e da adequação de máquinas agrícolas, o agricultor ainda terá que superar a falta de conhecimento sobre as tecnologias mais apropriadas para o uso na propriedade e a dificuldades na contratação de prestadores de serviços especializados.
Outro desafio muito grande que a agricultura brasileira terá que superar é a questão da conectividade, já que muitas são as regiões produtoras do país que ainda não tem uma internet de qualidade.
Mas, mesmo diante destes desafios, a agricultura digital é uma realidade. O futuro de cada agricultor depende de investimentos para tornar a produção mais produtiva, eficiente e sustentável.
Os avanços da agricultura digital são constantes, com evoluções ocorrendo em diversas áreas. Mas, há algumas tendências que devem nortear a agricultura dos próximos anos.
Cabe à cada ator da agricultora brasileira acompanhar essas tendências e entender como toda a inovação tecnológica pode ajudar no dia a dia da atividade.
Portanto, mais cedo ou tarde, o uso das tecnologias digitais no campo será quase que uma exigência. Somente assim, o agricultor conseguirá se manter competitivo e atuante no mercado, além de tornar sua produção mais sustentável.
Para saber mais sobre agricultura digital convidamos você a conferir quais são as principais inovações tecnológicas no agronegócio para 2023.