O que é logística reversa e como lidar com o retorno de produtos e resíduos? 

As temáticas sustentáveis fazem cada vez mais parte dos modelos de negócios de corporações. Por consequência, estratégias com esse foco, como a logística reversa, ganham bastante destaque. 

De forma conceitual, essa é uma estratégia que objetiva a reinserção dos resíduos na cadeia produtiva, especialmente com o reuso, a reciclagem e o descarte ambientalmente correto para cada item, caso as duas opções anteriores não serem possíveis. 

Por isso, as organizações que desejam implementar a operação de devolução de resíduos e produtos precisam, necessariamente, entender o que é como funciona a logística reversa, assim como os benefícios deste conceito baseado na abordagem ESG. 

Logística reversa: o que é? 

Com origem em países da Europa na década de 70 e 80, a logística reversa é o conjunto de ações que envolve todo o sistema de coleta, transporte, armazenamento, reciclagem e tratamento de resíduos produzidos pelo descarte de produtos e embalagens no pós-consumo.  

É também um instrumento de desenvolvimento econômico e social que engloba um conjunto de ações, procedimentos e meios que se destinam a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial.

A logística reversa visa recuperar os materiais para que possam ser reaproveitados dentro dos ciclos da cadeia produtiva. Caso isso não seja possível, este conceito sugere a destinação ambientalmente apropriada para o resíduo. 

Assim, como o próprio nome sugere, o fluxograma da logística reversa segue o caminho inverso da logística, fazendo com que os resíduos do produto no pós-consumo retornem até a sua origem. 

Etapas que envolvem o processo de logística reversa 

O ciclo da logística reversa envolve algumas etapas que garantem que o produto tenha uma destinação adequada. 

Dessa forma, conhecer cada uma das suas etapas é fundamental para que a empresa dê um passo a mais para alcançar a sustentabilidade empresarial. 

1. Conscientização do consumidor 

O consumidor tem um papel importante no processo. Cabe a ele ser o responsável pela devolução do produto em pontos específicos. 

Por essa razão, sua conscientização é importante e exige a adoção de estratégias de marketing verde e educação ambiental.  

2. Devolução do produto e/ou embalagem ao comerciante 

Nesta etapa, o produto ou embalagem é devolvido ao comerciante ou distribuidor em um dos pontos de coleta por ele indicados.  

Essa devolução pode acontecer tanto no pós-venda quanto no pós-consumo, dependendo da política adotada por cada empresa. 

Assim que recebe o produto/resíduo, o comerciante ou distribuidor deve armazená-lo adequadamente para posterior encaminhamento ao fabricante. 

3. Devolução para o fabricante 

O comerciante/distribuidor fica responsável pela devolução do produto ao fabricante. Ele conhece a composição do produto e pode dar o destino adequado a ele.  

Esse processo, desde a coleta até a chegada do item ao fabricante, apresenta duração variável de acordo com alguns fatores, como a política de logística reversa definida, tipo de produto e a distância entre o ponto de coleta e de tratamento. 

Como definido pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, essa operação envolve uma responsabilidade compartilhada, com todos os agentes se comprometendo com a solução e buscando os melhores caminhos. 

4. Encaminhamento para reciclagem ou descarte 

Ao receber e processar os resíduos, cada material é destinado de acordo com as suas composições e condições de uso. Há três opções de encaminhamento: reciclagem, reuso ou descarte.  

No reuso, os produtos ou seus componentes são direcionados para outros fins, como reparo ou reutilizados para produção de novos artigos. Na reciclagem, o material é transformado em um novo produto.  

Caso o produto não possa ser reutilizado ou reciclado, ele é encaminhado para o descarte, que deve ser ambientalmente correto. 

Objetivos e principais benefícios deste conceito sustentável 

O grande objetivo do descarte consciente dos resíduos sólidos é o de proteger o meio ambiente e a saúde pública, pela redução da geração e do descarte incorreto do lixo.  

Para isso, a logística reversa estimula a sustentabilidade ao permitir o reuso e a reciclagem, melhorar a gestão e as responsabilidades pelo gerenciamento dos resíduos, assim como promover a inovação e o ecodesign. 

Mas, além destes claros objetivos, a aplicação da logística reversa oferece também uma série de benefícios, com destaque para: 

• Incentivar o reuso, a reciclagem e o tratamento dos resíduos; 
• Aumentar a vida útil dos aterros sanitários ao evitar que resíduos que podem ser reinseridos na cadeia produtiva sejam descartados como lixo; 
• Compartilhar a responsabilidade pela gestão de resíduos entre o setor público, setor privado e sociedade civil; 
• Aumentar a eficiência no uso de recursos naturais; 
• Ampliar a oferta de produtos ambientalmente sustentáveis, gerando emprego e renda; 
• Permite a geração de novos modelos de negócios. 

Assim, quando bem realizada, a logística reversa pode beneficiar toda a sociedade, contribuindo para a geração de empregos e renda. Consequentemente, todos ganham com um planeta mais limpo, saudável e sustentável. 

Aproveite para ler este artigo do blog da Aiko e conhecer as melhores práticas que garantem a sustentabilidade industrial.