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18/10/2024
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Agricultura Regenerativa: conheça detalhes da prática 

Agricultura regenerativa:

A agricultura atual enfrenta muitos desafios. As mudanças climáticas, a degradação do solo e a perda da biodiversidade ameaçam sua continuidade. Neste contexto, a agricultura regenerativa é uma alternativa promissora. 

Criado em 1983 por Robert Rodale, mas que ganhou espaço recentemente, o termo faz referência à necessidade de reestabelecer os sistemas naturais em áreas agrícolas para: 

  • Melhorar a saúde do solo;  
  • Promover a biodiversidade;  
  • Melhorar o ciclo da água;  
  • Sequestrar carbono. 

Para o sucesso do sistema, tais objetivos são alcançados ao mesmo tempo que produzem alimentos nutritivos de forma lucrativa. 

Quer saber mais sobre esse modelo de agricultura sustentável? Confira o artigo de hoje. 

O que é a agricultura regenerativa? 

A agricultura regenerativa é uma forma de conduzir a agricultura com o uso de técnicas agrícolas específicas que prezem pela recuperação e conservação do solo. Seu objetivo é reabilitar e conservar os sistemas produtivos e alimentares. 

Como o próprio nome sugere, o conceito visa reabilitar o solo para mantê-lo produtivo por mais tempo. Isso evita o desmatamento e a expansão de novas áreas.  

Para isso, são aplicadas técnicas que combinam o conhecimento tradicional da agricultura orgânica com o uso de soluções digitais para resolver os problemas causados pela monocultura.  

Além de manter a fertilidade das áreas cultivadas, as práticas de agricultura regenerativa abrangem territórios abandonados, além das atividades agrícolas ou que não estão mais em uso.  

Em particular, ela inclui: 

Reflorestamento;  

Restauração de turfeiras;  

Fortificação de zonas tampão;  

Aquicultura ecológica e muito mais.  

Também podemos definir a agricultura regenerativa no contexto alimentar. Nele, as técnicas adotadas propiciam a produção de alimentos ao mesmo tempo em que dão condições para a natureza se recuperar.  

5 pilares da agricultura regenerativa 

O conceito de agricultura regenerativa é muito vasto, incluindo técnicas e aplicações para restabelecer os recursos naturais em áreas utilizadas pela agricultura. 

Podemos resumir seus princípios em 5 pontos. Acompanhe: 

1 – Redução do revolvimento do solo 

    O modelo regenerativo propõe a adoção de práticas que minimizem o revolvimento do solo, com destaque para o plantio direto.  

    Além de reduzir a erosão do solo, a técnica aumenta o estoque de matéria orgânica e melhora a biodiversidade local, criando um ambiente saudável e sustentável para o estabelecimento das lavouras. 

    2 – Manutenção da cobertura do solo 

      Uma cobertura do solo de maior qualidade influencia no controle da erosão e no manejo de doenças e pragas agrícolas, bem como de plantas daninhas.  

      Logo, o modelo regenerativo propõe o investimento em culturas de cobertura. Essa é uma estratégia que contribui para o manejo de microrganismos e controle da erosão.  

      Também aumenta a fertilidade do solo e favorece o sequestro do carbono. 

      3- Manutenção de plantas vivas 

        Manter as plantas e suas raízes vivas ajuda na preservação da estrutura do solo e fornece os nutrientes necessários para a alimentação dos microrganismos que vivem no local.  

        Por consequência, esse pilar complementa a importância do plantio de culturas de cobertura ou pastagens permanentes, garantindo que o solo seja sempre protegido e alimentado pelas plantas. 

        4 – Investimento na biodiversidade 

          A construção de solos saudáveis e ecossistemas mais equilibrados depende de investimentos na diversidade.  

          Isso é fundamental nas fazendas regenerativas, já que não favorece apenas a biodiversidade, mas também permite que o agricultor diversifique sua renda. 

          Neste contexto, o produtor pode investir em várias técnicas, como:  

          • Adoção de rotação ou consórcio de culturas;  
          • Investimento em sistemas agroflorestais:  
          • Uso inteligente de fertilizantes, entre outras práticas. 

          5 – Integração dos animais à lavoura 

            A integração de animais à lavoura permite o uso inteligente dos recursos naturais e melhora a produtividade da fazenda. 

            Por esse motivo, o modelo regenerativo propõe o Sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP), que combina o crescimento da lavoura com a criação de animais.  

            Com essa técnica, o produtor melhora a sustentabilidade da fazenda, aumenta sua produtividade e diversifica suas atividades agrícolas. 

            Benefícios e desafios da aplicação da técnica 

            Em comparação com abordagens convencionais, a agricultura regenerativa oferece várias vantagens, tanto ambientais quanto econômicas. 

            Veja abaixo os principais benefícios desse modelo agrícola: 

            • Melhoria da saúde do solo. Aumenta a capacidade do solo em reter água e nutrientes, tornando-o mais fértil e produtivo a longo prazo; 
            • Sequestro de carbono. Ao aumentar a quantidade de matéria orgânica no solo, a agricultura regenerativa contribui para a mitigação das mudanças climáticas; 
            • Aumento da biodiversidade. A diversidade de culturas e organismos promove a saúde do ecossistema e a resiliência do sistema produtivo. 
            • Redução do uso de insumos externos. Busca minimizar o uso de fertilizantes sintéticos e agrotóxicos, reduzindo os custos de produção e os impactos ambientais; 
            • Melhoria da qualidade. Os alimentos produzidos por sistemas agrícolas regenerativos tendem a ser mais nutritivos e saborosos; 
            • Garante vantagens competitivas. Ao alinhar a produção agrícola com as demandas globais por sistemas mais sustentáveis, o produtor obtém vantagens interessantes. 

            Apesar destes muitos benefícios, a agricultura regenerativa ainda tem muitos desafios para superar. 

            Inicialmente, exige uma mudança na forma como pensamos a agricultura. Ou seja, devemos mudar o paradigma e mostrar que essa é uma forma de produzir sustentável e eficiente. 

            Outro desafio são os custos iniciais para a implementação de algumas práticas, especialmente na compra de máquinas e equipamentos. Além disso, o processo de produção é mais trabalhoso. 

            Mas, uma coisa é certa. A agricultura regenerativa representa uma oportunidade para que possamos construir um sistema alimentar mais sustentável, resiliente e justo.  

            Essa prática contribui para a segurança alimentar, a mitigação das mudanças climáticas e a conservação da biodiversidade a ponto de transformar a forma como produzimos alimentos para as futuras gerações. 


            Quer saber mais sobre o tema? Então veja quais são as práticas para preservar recursos naturais no agronegócio. 

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