Desafios de comunicação em regiões remotas
Um dos grandes desafios para a comunicação em regiões remotas é viabilizar um sistema de telecomunicação. Já que é muito comum no segmento florestal e agronegócio a extensão das áreas e o elevado tempo entre plantio e colheita impacta na densidade das máquinas presentes em campo e consequentemente em sua produtividade e resultados.
No entanto, apesar disso e embora cada cliente vá apresentar um cenário e cada região do país ofereça um desafio diferente, hoje já existem soluções de comunicação para os mais variados contextos.
As diversas opções de comunicação. Quando trabalhadas em conjunto, permitem o envio e o recebimento de dados, gerando mais agilidade e eficiência na gestão da operação.
Diante da ineficiência das redes móveis no Brasil e do pouco alcance do WiFi nessas áreas, se torna necessário investir em outras estratégias de comunicação. E é sobre cada uma delas que iremos falar nos tópicos seguintes.
Conexão satelital
Podemos começar falando da conexão satelital, que tem a vantagem de ser uma comunicação que independe da região que está o equipamento. Sua utilização está normalmente associada ao envio crítico de dados. Mas seu ponto negativo é que o custo é muito elevado e o conjunto de dados que podem ser enviados e recebidos é muito limitado.
Ainda assim, o uso de satélite associado a outras alternativas de comunicação permanece sendo uma opção a ser considerada a depender da realidade da operação e da estratégia que se pretende adotar para viabilizar esse processo.
Rede LoRa ou rede de rádio própria
Outra opção é uma rede própria. Que pode ser a LoRa (tecnologia de transmissão de dados usada em Internet das Coisas – IoT), ou usar a própria rede de rádio digital pra fazer o envio dessas informações.
Ambas as alternativas podem atender as necessidades de comunicação. Mas pode se tornar um investimento inicial alto devido a extensão da área e a provável baixa densidade de equipamentos.
Ainda assim, dentre os benefícios da rede LoRa é possível citar:
- Baixo custo de operação (OPEX);
- Capacidade de envio de dados além das informações críticas, ampliando a comunicação entre máquina e sistemas de gestão;
- Possibilidade de prover conexão para dispositivos a longa distância.
Rede Móveis (3G/4G/5G)
Outra alternativa é a possibilidade de instalação de uma estrutura de rede redes móveis. Por definição, representa o mesmo que a rede 3G/4G/5G e habilitaria tanto a comunicação de equipamentos quanto o uso de celular por parte das operações.
Dentre os benefícios dessa rede, que é uma tecnologia móvel de transmissão de dados, estão a maior rapidez, a maior estabilidade da rede de dados e baixa complexidade técnica para sua utilização.
Por outro lado, essa estrutura possui como desvantagens. Por exemplo, a precariedade de cobertura nacional, especialmente nas áreas rurais. Assim como é necessário um dispositivo para o envio de dados, ou seja, um slot para inserir o chip e permitir a comunicação.
Essa alternativa tende a ser usada como ponto de descarga e coleta das informações, como um módulo ou um posto em uma região específica em associação com o WiFi, aumentando o alcance e facilitando a coleta e a transmissão de dados.
Coletores Machine to Machine
Outro ponto que costuma funcionar muito bem e que traz inovação para as áreas remotas é o sistema de coletores Machine to Machine (M2M). Esses coletores são instalados em equipamentos que percorrem grandes percursos dentro dessas áreas e ajudam no descarregamento e na coleta de dados quando se aproximam de pontos com conexão com internet, como 3G/4G ou WiFi.
Esse processo acontece por meio de um caminhão comboio, um carro oficina, ou veículos de apoio e precisa contar com a instalação de um equipamento que realizará a coleta e transmissão dos dados.
Ao passar perto de outros equipamentos, ele vai coletar todas as informações e depois quando chegar novamente perto de algum ponto de conexão ele vai descarregar esses dados.
É uma solução de baixar manutenção e inclui benefícios como o baixo custo e o fato de dispensar rede na maior parte da área de movimentação de ativos, além da facilidade de acesso as zonas de conectividade. O ponto negativo, no entanto, é a necessidade do 3G ou do WiFi para o descarregamento dos dados.
Construindo uma estratégia de telecomunicação
Até aqui conseguimos ver que existem várias formas de fazer a comunicação em áreas remotas, e cada uma vai ter seus prós e contras. Mas uma coisa importante a ser feita é entender o que é necessário para o controle e gestão mais eficiente das operações.
Para começar, é preciso avaliar a realidade de cada cenário e buscar construir a melhor estratégia baseada nas respostas de três perguntas fundamentais:
- Quem vai monitorar os equipamentos?
- Qual é a minha necessidade real de comunicação?
- Esse equipamento será monitorado quantas vezes por turno?
Ou seja, é preciso entender como vai ser feito esse monitoramento e para onde todos esses dados dos equipamentos vão ser enviados. E assim começar a avaliar o que já existe de estrutura e onde acredita ser necessário o uso escalável de tecnologia.
Compreender tudo isso nos faz enxergar que o custo com a tecnologia não pode inviabilizar um benefício tão grande quanto esse que é ter todas essas informações e monitoramento em regiões remotas do agronegócio. Porque embora a comunicação em áreas remotas seja um desafio, ela permanece sendo fundamental para o sucesso das operações.
