Já fazem alguns anos que o segmento do agronegócio coleta uma imensa quantidade de dados e informações. Essa era é conhecida como Big Data. Mas, você sabia que no cenário atual, o uso do Big Data no mercado florestal é também crescente?
A cada novo manejo ou colheita, as empresas do setor florestal são confrontadas com uma enorme quantidade de dados. Estes são coletados por máquinas e sensores e, após analisados, são responsáveis por auxiliar na organização, desempenho e otimização de processos, do plantio ao beneficiamento na indústria.
No entanto, ainda não são todas as empresas que detém a capacidade de explorar os dados gerados via Big Data. Tanto na forma, quanto no tempo adequados, e muito menos em sua totalidade.
Com base nisso, iremos te apresentar neste artigo os principais usos do Big Data na gestão florestal como um todo, assim como as estratégias para usar esse crescente volume de dados e obter benefícios com isso.
Por definição, o termo Big Data é uma vertente da Tecnologia da Informação (TI). Responsável por tratar sobre grandes conjuntos de dados que, quando processados, tabulados e armazenados resultam em informações para melhor tomada de decisão.
O conceito do Big Data foi iniciado com 3 Vs : Velocidade, Volume e Variedade.
Na tecnologia de informação, velocidade é a taxa mais rápida na qual os dados são recebidos e administrados. Assim, devido ao grande volume e elevada variedade de dados (que falaremos a seguir) gerados na atividade florestal, o processamento deve ser o mais ágil possível para gerar as informações necessárias.
Na atualidade, a gestão da atividade florestal depende de dados na maior quantidade (volume) possível. Com o big data no mercado florestal, serão processados grandes volumes de dados, que podem ser transformados em inteligência e estratégia.
Na TI, a variedade refere-se aos vários tipos de dados disponíveis. Assim, quanto mais dados e fontes que qualquer empresa do ramo florestal tiver, naturalmente será maior a complexidade para trabalhá-los. Em contrapartida, maiores são as possibilidades de gerar informação que seja de fato útil e necessária para melhor gestão.
Além do mais, nos últimos anos, principalmente com o avanço do Big Data, há mais dois “Vs” que conquistaram maior importância no ramo florestal: Veracidade e Valor.
Esse quarto V do Big Data tem sido uma pauta mais recente, especialmente nos últimos meses. De forma generalista, a veracidade dos dados obtidos está ligada diretamente ao quanto uma informação é verdadeira.
Assim, a veracidade visa responder: com tantos dados disponíveis, como separar os verdadeiros dos falsos?
Neste contexto, a melhor forma para garantir a veracidade dos dados gerados é contratar uma empresa que seja comprometida com a veracidade das informações fornecidas e que esteja de acordo com todas as normas da LGPD e GDPR.
Este é possivelmente o ponto mais importante. Por valor, entende-se transformar um verdadeiro tsunami de dados em informações que efetivamente podem ser utilizados e ajudar na tomada de decisões.
Assim, dentro do contexto florestal é preciso entender todo o contexto e a necessidade do uso de informações que sejam realmente úteis para a gestão florestal.
As tecnologias adotadas dentro do mercado florestal, seja durante a produção, manejo ou planejamento, se fazem cada vez mais presentes no cotidiano das empresas deste ramo. É notável a diferença entre as operações atualmente realizadas em comparação aquelas realizadas em décadas passadas.
Assim, é cada vez mais recorrente presenciarmos o surgimento de novas tecnologias capazes de beneficiar o setor florestal. Dentre elas estão citados os sensores, drones, GPS, maquinário com sistemas integrados e sistemas de inteligência computacional de alta precisão.
Tecnologias de sensoriamento remoto e os sistemas de informação geográfica, por exemplo, possibilitam o uso de sensores localizados no solo, nas árvores, na atmosfera ou em máquinas e equipamentos, que, em conjunto com softwares de análise de dados, garantem um mapeamento muito mais preciso da floresta.
O interessante é que todas as tecnologias atualmente empregadas no mercado florestal são geradoras de dados.
Assim, com posse de uma ampla base de dados, o Big Data florestal transformará esses dados em informação. E, com o auxílio da inteligência artificial e do machine learning, permite auxiliar na tomada de variadas decisões em todas as etapas da gestão florestal, como por exemplo:
Além disso, a compreensão territorial exige cada vez mais uso de geotecnologias. Caracterizadas como um conjunto de técnicas e métodos científicos para coleta, processamento, análise e oferta de dados com bases espaciais.
Estes dados são obtidos em sistemas de informações geográficas, sensoriamento remoto, geoestatística, cartografia digital, geodésia e outros.
Essas tecnologias e as demais tecnologias que estão chegando só reforçam a importância do Big Data na gestão florestal. Já que os dados se configuram como poderosos instrumentos para tomada de decisão mais assertivas.
Além de todos os benefícios e possibilidades apresentados anteriormente para o uso do Big Data no mercado florestal, essa tecnologia também permite que órgãos de fiscalização possam combater o comércio ilegal da madeira.
Um levantamento baseado em dados da Polícia Federal (PF) revelou um quadro problemático neste contexto. Nos cinco primeiros meses (janeiro a maio) de 2021, a PF apreendeu 275 mil m3 de toras de madeira de origem suspeita.
Mesmo em apenas 5 meses, esse volume supera o total apreendido nos três anos anteriores: 2018 (163,5 mil m3), 2019 (27,1 mil m3) e 2020 (151,2 mil m3). Os carregamentos de madeira apreendida no Brasil até o momento seriam suficientes para encher dois cargueiros com 4 mil contêineres cada.
Nos rankings internacionais da madeira ilegal, o Brasil ocupa as primeiras posições. Estamos entre os países de maior risco no que se refere à ilegalidade realizada pelo setor madeireiro.
Um complexo estudo realizado pela BVRio mostra a resposta. Segundo o estudo, o uso do Big Data no mercado florestal, especificamente, no combate da madeira ilegal permite uma eficiente e promissora avaliação do risco.
Segundo o estudo, o Big Data permite combinar os resultados de uma ampla gama de abordagens ao invés de depender de qualquer uma isoladamente.
Assim, a análise de múltiplos e extensos bancos de dados com informações relativas à exploração florestal, transporte, processamento e venda de madeira (baseados em documentos, imagens de satélite e dados geográficos), permitem identificar tendências e padrões baseados em grandes números de cruzamentos de dados.
Por exemplo, uma série de fraudes pode ser detectada através do cruzamento de diversos dados para identificar inconsistências e correlações ocultas. Isso, naturalmente acenderá um alerta nos órgãos de fiscalização, que olharão com outros olhos para determinada operação florestal.
Além disso, grandes bases de dados alfanuméricos podem ser combinadas com informações obtidas através dos outros meios. Assim, possibilitando a criação de ferramentas importantes para rastreabilidade e detecção de quaisquer ilegalidades.
Neste sentido, em um futuro não muito distante, a tendência é que o uso do Big Data no mercado florestal tenha importância semelhante às máquinas destinadas à operação florestal e ao valor gerado pelas toras de madeira, permitindo progressos mais consistentes do negócio florestal.
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