A revolução da bioeconomia é um dos principais termos do momento. Seu objetivo é pensar em soluções sustentáveis e que favoreçam o desenvolvimento econômico, alinhando-se ao conceito de Florestas do Futuro, que visa inovar na gestão e preservação dos recursos naturais para as próximas gerações.
Ela surge como resultado de inovações fundamentadas nas ciências biológicas, que culminam no desenvolvimento de produtos, processos e serviços mais sustentáveis.
Quer saber mais sobre esse segmento essencial para o desenvolvimento sustentável e sua relação com o setor florestal? Então, acompanhe o artigo para conhecer conceitos, vantagens e impactos da bioeconomia.
Siga em frente e boa leitura!
Também citada como economia sustentável, a bioeconomia é uma área de estudo que propõe a criação de um novo modelo de produção que foca em sistemas, produtos e serviços sustentáveis, reduzindo a dependência da exploração de recursos naturais.
Segundo a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), o termo é assim definido:
“Um mundo onde a biotecnologia contribui com parcela importante da produção econômica. Sua emergência está relacionada a princípios relativos ao desenvolvimento sustentável e sustentabilidade ambiental, envolvendo os elementos: biotecnologia, conhecimento, biomassa renovável e integração entre aplicações”.
Esse modelo ajuda a pensar no futuro. Para isso, foca na troca de insumos fabricados a partir de combustíveis fósseis por produtos verdes, oferecidos através de materiais e processos que não prejudiquem os ecossistemas.
Na prática, a revolução da bioeconomia busca substituir ou, ao menos, complementar a economia baseada em recursos não renováveis, por uma economia que priorize o uso responsável e renovável dos recursos biológicos.
Logo, podemos dizer que além de promover a utilização sustentável dos recursos naturais, a bioeconomia também está ligada à vários princípios de:
No Brasil e em todo o mundo, a revolução da bioeconomia está se baseando em três tipos, com boas estruturas conceituais. São eles:
Veja detalhes a seguir.
Neste primeiro tipo, há o uso e a incorporação de tecnologias intensivas no processo de produção, que contribuem com a maior eficiência ambiental.
Quando corretamente aplicada, a Bioeconomia Biotecnológica favorece, dentre outras coisas:
A principal preocupação dessa linha de pensamento é garantir a maior eficiência ambiental através da incorporação de tecnologias cientificas intensivas.
Como o nome sugere, este tipo de bioeconomia foca no desenvolvimento sustentável. Para isso, preza pelo maior equilíbrio entre produtos e processos.
Para isso, a bioeconomia de bioerrecursos busca implementar ações focadas na utilização consciente de recursos naturais, visando a conservação da integridade dos ecossistemas, sem que prejudique a produtividade e a eficiência da produção.
Na bioeconomia bioecológica, a sustentabilidade é o critério principal. Logo, prioriza a conservação da biodiversidade, dos ecossistemas e a capacidade de fornecer serviços ecossistêmicos.
Também tem a ideia de promover a prevenção da degradação do solo, além de enfatizar práticas orgânicas e ecológicas.
As áreas de pesquisa e de inovação concentram suas ações para oferecer:
Mas afinal, qual é a importância da aplicação destes tipos? Como a revolução da bioeconomia pode beneficiar a sociedade? É o que veremos a seguir.
A bioeconomia é fundamental para que a sociedade enfrente os grandes desafios do século XXI, como as mudanças climáticas, a escassez de recursos e a necessidade de desenvolver uma economia mais sustentável.
Em um seminário organizado pelo FINEP, Henrique Pereira (diretor do INPA) reiterou que o Brasil tem o maior potencial de biomassa do mundo. No entanto, ressalta que a bioeconomia ainda é tratada como periférica e um conceito em construção.
“Louvo que o governo tenha inserido o tema na pauta da Nova Política Industria, e porque é preciso começar”, disse.
Assim, ao utilizar recursos renováveis e processos biológicos, a bioeconomia contribui com a sustentabilidade, proporcionando uma série de benefícios. Veja:
A substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis e a captura de carbono pelas plantas são exemplos de como a bioeconomia pode ajudar a mitigar as mudanças climáticas.
Com isso, a humanidade poderá desfrutar de um menor impacto da produção e consumo sobre as condições climáticas no mundo.
O normal seria que as espécies de plantas e de animais estejam em uma ordem de prioridade na frente do desenvolvimento econômico, entretanto, continuam sendo deixadas em segundo plano.
O resultado disso são as extinções e destruição do habitat natural, prejudicando a biodiversidade e o equilíbrio ambiental.
Ao incentivar o uso sustentável dos recursos naturais, a bioeconomia contribui para a conservação da biodiversidade.
As alternativas oferecidas pela revolução da bioeconomia incentivam o desenvolvimento das comunidades, gerando empregos e renda, sem causar efeitos negativos sobre o meio ambiente.
Desse modo, é possível avançar, aumentar a produção, crescer e gerar desenvolvimento econômico, sem prejudicar os ecossistemas e esgotar solos e outros recursos naturais.
Ao se basear na utilização sustentável de recursos biológicos, a bioeconomia tem se mostrado uma poderosa ferramenta de inovação e desenvolvimento tecnológico.
Por explorar a diversidade da vida e os processos biológicos, essa abordagem abre portas para a criação de produtos e processos mais sustentáveis e eficientes, em todas as vertentes.
Um dos grandes propósitos do modelo da bioeconomia é ver os resíduos sob um novo prisma. Muitos deles, quando olhados por uma nova perspectiva, servem como material para gerar novos insumos ou energia.
Consequentemente, o modelo permite diminuir a quantidade de lixo despejada em aterros e na natureza, ao mesmo tempo em que se cria uma fonte rica de matéria-prima para a produção de novos produtos.
Além de todos os benefícios apresentados, a bioeconomia serve como ferramenta para alcançar 6 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Esse projeto foi construído durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, em 2015, com a proposta de transformar as condições dos países até 2030 em vários aspectos, da erradicação da pobreza à ação contra as mudanças climáticas.
Quando empregam a bioeconomia, as nações terão ferramentas inovadoras para cumprir com as seguintes ODS.
Logo, a bioeconomia oferece um caminho promissor para alcançar os ODS e construir um futuro mais sustentável para todos.
Você sabia que o setor florestal está vivenciando um novo momento graças à revolução da bioeconomia?
A floresta, antes vista apenas como fonte de madeira, está sendo considerada uma grande fábrica de produtos de alto valor agregado.
Além da tradicional madeira, ela fornece biocombustíveis, bioquímicos, biomateriais e produtos para a indústria farmacêutica, tudo com foco na bioeconomia.
Mas como a revolução da bioeconomia está promovendo a transformação das indústrias do setor florestal? Alguns pontos ajudam a explicar. Acompanhe:
Diante disso tudo, entendemos que a revolução da bioeconomia no setor florestal tem tudo para oferecer um futuro promissor.
Assim, com o avanço da tecnologia, da inovação e da crescente demanda por produtos sustentáveis, as florestas têm o potencial de se tornar um dos pilares da bioeconomia mundial.
Assim, ao unir caminhos sustentáveis e crescimento descentralizado, a revolução da bioeconomia fomenta a construção de uma sociedade mais consciente, que alinhe seu progresso à preservação dos ecossistemas.
Entretanto, este é um modelo que requer investimento de tempo, capital intelectual e dinheiro para que se torne comum entre as nações, resultando em um impacto mais abrangente.
Gostou? Convidamos você a conferir nosso artigo sobre a importância do empoderamento comunitário e porque ele é a chave para um futuro sustentável e próspero.