O agronegócio brasileiro sempre se baseou em pilares bastante específicos. Por muito tempo, a abertura de novas áreas para produzir mais era prioridade, depois adotamos estratégias para aumentar a produtividade. Agora buscamos o aumento da sustentabilidade no agronegócio.
Tendência atual, a sustentabilidade no agronegócio consiste na adoção de ações e estratégias que busquem unir o ganho de produtividade às medidas sustentáveis, colocando a preservação dos recursos naturais no centro das atenções.
No artigo de hoje, explicaremos o que é a sustentabilidade no agronegócio, assim como as boas práticas e desafios para elevar a produtividade e ao mesmo tempo preservar recursos naturais.
Estimativas da FAO preveem que até 2050, quando a população mundial será de mais de 9.7 bilhões de pessoas, o mundo irá precisar de 60% mais alimentos. Sem dúvidas, este é um grande desafio mundial, considerando os recursos disponíveis para suprir essa demanda.
Para alcançar isso, as organizações dependem cada vez mais do desenvolvimento sustentável, sendo essa quase que uma exigência.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o desenvolvimento sustentável “é o desenvolvimento que encontra as necessidades atuais sem comprometer a habilidade das futuras gerações de atender suas próprias necessidades.”
Ou seja, ser sustentável é evitar atitudes e ações que possam comprometer a continuidade do planeta pensando em impactos a longo prazo.
Especificamente para o agronegócio, o caminho da sustentabilidade envolve ações que visam aumentar a eficiência no campo e garantir a preservação do meio-ambiente.
Ou seja, a sustentabilidade no agronegócio visa o equilíbrio entre a proteção do meio-ambiente, o uso dos recursos naturais de uma forma mais sustentável e a geração de melhores resultados.
Como já ressaltamos anteriormente, a busca pelo desenvolvimento sustentável tem sido um dos principais enfoques do agronegócio atualmente aplicado.
Exatamente por isso, entidades de pesquisa, agricultores, agrônomos e demais profissionais da área têm desenvolvido e aplicado sistemas de produção que possam aliar a sustentabilidade e simultaneamente garantir a boa produtividade agrícola.
Neste cenário, o agronegócio vive uma era de modernização baseada na sustentabilidade. Isso estimula o investimento em variadas pesquisas no setor, impulsionando o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, focando no aumento da produtividade e do lucro, além da preservação de recursos naturais.
Além disso, o mercado vive uma fase em que os consumidores não querem apenas produtos com qualidade e bom preço.
Este mercado busca produtos com valor agregado e em ações relacionadas à sustentabilidade no agronegócio. Isso engloba desde os pequenos produtos até às commodities.
De uma forma natural, é bastante comum associarmos a sustentabilidade exclusivamente ao meio ambiente. No entanto, mesmo sendo essencial, os cuidados com o meio ambiente devem ocorrer em sintonia com o desenvolvimento social e o econômico.
Ou seja, para desenvolver a sustentabilidade no agronegócio, estes são três pilares que devem estar sempre integrados:
Este pilar envolve toda a preocupação com o capital humano e a sociedade em geral. Para isso, são necessárias ações que promovem ações que agreguem simplicidade e qualidade de vida a todos, seja em educação, saúde, lazer ou política.
No agronegócio, o desenvolvimento social significa condições de trabalho adequadas e estimulantes, especialmente quando se considera a dificuldade de encontrar pessoas qualificadas para o trabalho no campo.
O fator econômico é também essencial para a implantação de ações sustentáveis dentro do agronegócio. Afinal, sem uma empresa saudável, financeiramente, nenhuma outra ação surtirá efeito.
É válido ressaltar que a sustentabilidade no agronegócio pode incutir em economia significativa de materiais e recursos. Investir num manejo inteligente da água e uso de fontes de energia limpa e renovável, também são ações que trazem inúmeros benefícios.
O pilar ambiental, por sua vez, diz respeito à preservação e a conservação da biodiversidade, minimizando os impactos da atividade produtiva e evitando desperdícios.
As medidas de cunho ambiental devem ser pensadas no curto, médio e longo prazo. Exatamente por isso, é necessário conhecer e estudar as ações possíveis a serem implantadas, evitando o exagero na geração de resíduos ou o uso inadequado de matéria-prima, por exemplo.
O Brasil segue com seu protagonismo na produção de alimentos, principalmente diante de um cenário favorável para a sua expansão agrícola: seus solos, variedade de produtos, temperatura, calor e chuvas regulares colaboram com isso.
Também somos um dos países com a capacidade de produzir mais de uma safra por ano (coisa que muitos países não possuem). No entanto, nosso agronegócio ainda tem sido associado à agressão ao meio ambiente, o que é um grande erro!
Diferentemente do que muitos pensam, nosso agronegócio já possui técnicas sustentáveis de manejo do solo e da pecuária capazes de unir sustentabilidade e eficiência.
No entanto, o grande desafio ainda está na implementação de processos sustentáveis, popularizando-os.
Na agricultura brasileira, muitos produtores fazem uso equivocado de técnicas sustentáveis. Eles até colocam essas técnicas em prática, mas sem uma assistência qualificada.
Consequentemente, o produtor desacredita na técnica, acreditando que ela não funciona e a abandona.
Assim, para realmente levar sustentabilidade no agronegócio, cada agente do agro precisa conhecer as técnicas, usar as melhores tecnologias, ter bons parceiros e ser persistente, entendendo que as ações de sustentabilidade devem ser de longo prazo.
A princípio, grande parte dos problemas ocorridos na agricultura podem ser controlados por meio de diferentes práticas sustentáveis.
Dessa forma, há várias ações que podem ser aplicadas para desenvolver a cultura de sustentabilidade no agronegócio. Entre essas ações, merecem destaque:
Dessa forma, para ser realmente sustentável e implantar práticas sustentáveis que foram citadas ao longo deste artigo é essencial que você:
Além dessas medidas, também é importante ter uma visão estratégica que vai além do lado econômico. A atenção ao meio ambiente e à sociedade é um fator diferenciado, que melhora o desempenho financeiro dos agricultores, gerando boas vantagens competitivas.
De uma forma mais direta, há algumas boas práticas que, quando implantadas corretamente, levam sustentabilidade no agronegócio e ajudam a preservar recursos naturais.
Essa técnica consiste na inclusão de plantas especialmente cultivadas para essa finalidade, sendo uma das maneiras mais acessíveis e baratas de se repor a matéria orgânica no solo, aperfeiçoando suas características físicas e promovendo os processos.
O uso da adubação verde possibilita o aumento na infiltração e da retenção de água no solo. Nesse caso, as plantas forrageiras são as mais indicadas porque podem ser aproveitadas como leguminosas pelos animais, e também são responsáveis pela fixação de nitrogênio no solo.
Solos com alta suscetibilidade à erosão e baixa fertilidade, devem ser preenchidos com vegetação densa e permanente. As florestas, por exemplo, são indicadas para recuperar solos erodidos ou degradados, bem como para a proteção de cursos d’água e mananciais.
Essa técnica combina o cultivo de grãos, espécies arbóreas e forrageiras com a criação de animais em um mesmo local, de forma sequencial ou simultânea. O sistema permite a máxima produção de fibras, alimentos e energia por unidade de área.
Quando bem implantada, a integração lavoura-pecuária-floresta traz uma série de vantagens que vão desde a recuperação de pastagens degradadas, até o aumento na renda do produtor.
A agricultura costuma utilizar muitas embalagens de defensivos agrícolas. Para uma atividade mais sustentável é importante fazer o descarte correto das embalagens vazias utilizadas na agricultura.
O produtor deve lavar (lavagem de alta pressão ou tríplice lavagem), inutilizar os recipientes e entregar a um local de recebimento indicado pelo revendedor na nota fiscal.
Já a indústria deve recolher as embalagens nas unidades e dar a correta finalização (reciclagem ou incineração).
O revezamento de culturas em uma certa área agrícola é uma ótima estratégia para tornar o agronegócio mais sustentável.
O objetivo dessa prática se baseia no melhor aproveitamento da fertilidade do solo, baseado no aumento da diversidade biológica, na melhoria da drenagem e no controle de doenças e pragas.
A sustentabilidade no agronegócio já é uma realidade, essa atitude implica na redução de custos de produção, o que se reflete no valor final dos produtos e no fortalecimento do negócio.
Aproveite para ler nosso artigo sobre o mercado de carbono, considerado a principal aposta do planeta contra mudanças climáticas.