Talhões agrícolas: o que são, e como funciona esta demarcação de território 

A agricultura moderna deu um grande passo quando passou a contar com mapas que auxiliam nas operações realizadas. Essa ferramenta é uma representação gráfica dos talhões agrícolas, facilitando a análise da lavoura/floresta e os manejos praticados. 

No entanto, não são todas as pessoas que entendem o que são estes talhões, nem como utilizar esse tipo de demarcação em prol da atividade.  

Por isso, elaboramos este artigo. Nele, você entenderá o que são os talhões agrícolas e florestais, assim como a importância desse tipo de medição de áreas. 

Talhões agrícolas: o que são? 

Segundo o portal Glossário de Solos, o talhão é uma área/porção de terreno individualizada do restante de acordo com critérios de homogeneidade do relevo, condições de uso e físicas do solo.  

Quando relacionado à amostragem do solo, os talhões contribuem com a coleta, de maneira que represente verdadeiramente as condições físicas, químicas e biológicas do ambiente.  

Da mesma forma, temos também os talhões florestais. Eles são o resultado da subdivisão em pequenas áreas de uma floresta implantada e voltada para o suprimento industrial, com localização e dimensões bem definidas e, em geral, permanentes. 

Mas, para melhor entendimento destas definições, considere esse exemplo prático: imaginemos um quebra-cabeça. A área de plantio representa esse quebra-cabeça montado. Já o talhão é uma pecinha desse quebra-cabeça.  

Como são delimitados os talhões? 

Na agricultura atual, dois pontos costumam ser bastante críticos quanto ao trabalho mecanizado: as manobras no final do talhão e o abastecimento de máquinas com produtos e insumos (momento em que ocorrem as maiores perdas de tempo).  

Para otimizar essas operações, o dimensionamento correto dos talhões agrícolas é de fundamental importância. 

No entanto, o talhão não tem um tamanho exato. Isso dependerá muito do tipo de cultura e da área, além da capacidade operacional das máquinas a serem utilizadas.  

Por consequência, inúmeras são as possibilidades, mas há alguns conceitos que ajudarão no dimensionamento adequado. 

A topografia, por exemplo, é um fator limitante para a dimensão ideal do talhão, essencialmente em função das curvas de nível.  

Quanto à dimensão do talhão, você pode estar pensando que quanto mais comprido o talhão melhor será o rendimento operacional, porém também é preciso considerar o abastecimento de produtos e insumos.  

Nestes casos, os talhões devem ser subdivididos por carreadores. Essa subdivisão contribui com o planejamento logístico, apoiando o abastecimento com água, adubo e sementes, bem como para caminhões e carretas usados no escoamento da safra.  

Por fim, áreas com Preservação Ambiental e Reserva Legal devem ser obrigatoriamente conservadas, ficando de fora da demarcação. Cultivar nestas áreas podem trazer expressivos prejuízos e problemas com a justiça. 

A construção das vias de acesso também é importante. Ela deve considerar a distância máxima de colheita da lavoura e captura ou transporte de madeira no interior da floresta, que por razões técnicas e econômicas não deve ultrapassar 150 m. 

Para que servem os talhões agrícolas? 

Sem dúvidas, todo o entendimento e aprofundamento das características de cada talhão vem ajudando na construção de lavouras mais produtivas ao longo dos anos. 

Como padrão, os talhões são dimensionados com 300 m de largura e comprimento variando de 500 a 1000 m. Mas, estes não são valores fixos. 

Estas ações e a delimitação dos talhões contribuirão com a operação de diversas formas. Veja: 

• Colheita de grãos, cana e demais produtos, além da retirada da madeira;  
• Operações de plantio;  
• Tratos culturais;  
• Controle de erosão; 
• Facilita o controle da lavoura/floresta; 
• Controle de pragas e doenças; e, principalmente,  
• Prevenção e combate ao fogo. 

Mas, para obter todos estes benefícios, a alocação das vias de acesso à área plantada e o dimensionamento dos talhões, assim como seu posicionamento devem ser computados durante o talhonamento.  

No manejo florestal, por exemplo, A correta demarcação facilita as operações de plantio, os tratos culturais e o controle do fogo, bem como as operações de retirada da madeira. 

Por fim, essa é uma atividade que vem sendo facilitada com o uso de ferramentas de fotointerpretação e georreferenciamento.  

Estas ferramentas permitem a distribuição dos talhões de plantio na área, definindo também como áreas de RL e APP, estradas, aceiros, malha hidrográfica (cursos de água presentes) e demais construções rurais. 

Portanto, conheça muito bem sua área e a delimite através de talhões agrícolas, facilitando toda a operação de manejo! 

Quer saber mais? Então leia nosso artigo e entenda como o uso de satélites contribui com o monitoramento global na gestão agrícola e florestal.