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25/07/2024
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Redução de impactos ambientais: Mitigando impactos nas florestas de eucalipto 

Redução de impactos ambientais

As florestas de eucalipto ocupam uma área significativa no Brasil. Apesar de sua importância econômica, o cultivo desta árvore tem sido alvo de críticas, exigindo redução de impactos ambientais. 

No entanto, nem todos os impactos das florestas de eucalipto são negativos. Se o manejo for adequado e alguns cuidados forem tomados, essas plantações podem oferecer benefícios sociais, econômicos e ambientais. 

Neste artigo, você conhecerá detalhes sobre a espécie florestal mais plantada no Brasil, seus impactos ao meio ambiente e as estratégias mais eficientes para tornar o sistema de produção mais sustentável. 

Eucalipto brasileiro: setor representativo do agro nacional 

O Brasil é um dos maiores players do agronegócio mundial, e dentre os setores mais representativos, o florestal possui um papel crucial, com 9,94 milhões de hectares plantados em 2022, representando um crescimento de 0,3% em relação ao ano anterior. 

Neste ano, o setor atingiu o valor recorde de R$ 30,1 bilhões, uma alta de 27,1% em comparação com o ano de 2021, segundo dados do IBGE. 

Outros dados apresentados no Relatório Anual do Ibá (Indústria Brasileira de Árvores), um dos maiores causadores desse sucesso no Brasil é o eucalipto, voltado à produção de celulose. 

Com uma área de 7,6 milhões de hectares dedicada ao cultivo de eucalipto (76% da área plantada), o Brasil se consolida como o maior produtor mundial dessa espécie, respondendo por cerca de 25% da produção global. 

Ainda de acordo com o relatório, os plantios de eucalipto estão localizados, principalmente, nas regiões Sudeste (46%) e Centro-Oeste (18%) do país, com destaque para:  

  • Minas Gerais (29%);  
  • Mato Grosso Sul (15%);  
  • São Paulo (13%). 

Por que o eucalipto é a espécie florestal mais plantada no Brasil? 

Como você viu, o eucalipto é a cultura mais plantada do Brasil. Mas você saberia dizer quais seriam os motivos? 

Especialistas no segmento dizem que essa árvore se destaca pelo seu curto ciclo de corte e pela sua alta produtividade, o que torna o setor competitivo no mercado internacional. 

Ou seja, das florestas plantadas no Brasil, o eucalipto apresenta um dos crescimentos mais rápidos, com ciclos de corte que variam entre 7 e 15 anos. Também possui grande produtividade. 

Segundo relatório do IBÁ a produtividade do eucalipto no Brasil foi estimada em 32,7 m³/ha/ano (com casca), com uma duração média do ciclo de 6,7 anos.  

O estado com a menor produtividade média registrou 20 m³/ha/ano, enquanto o estado com a maior produtividade média atingiu 42,4 m³/ha/ano.   

Diante destas características, o retorno sobre o investimento é relativamente rápido, o que torna a produção de madeira de eucalipto altamente competitiva. 

O eucalipto também demonstra grande adaptabilidade a diferentes climas e tipos de solo do Brasil, prosperando em regiões tropicais, subtropicais e temperadas. Com isso, o cultivo pode ocorrer em diversas áreas do país, expandindo as possibilidades de produção florestal. 

Além disso, a madeira de eucalipto é muito versátil, podendo ser utilizada em diversos setores, como: 

  • Produção de celulose e papel, com alta demanda no mercado nacional e internacional; 
  • Construção civil, devido à sua resistência e durabilidade; 
  • Carvão vegetal, utilizado como combustíveis em indústrias e residências; 
  • Produção de óleos essenciais, utilizados em diversos produtos farmacêuticos, cosméticos e de limpeza. 

Como a indústria florestal tem impactado o meio ambiente? 

Segundo diversos estudos e levantamentos, a procura de madeira e produtos dela derivados tende a continuar crescendo em um ritmo significativo. 
Segundo dados da FAO, citados pelo site Florestas.pt, o consumo global dos produtos primários que derivam da madeira (madeira serrada, folheados/laminados, aglomerados de fibras/partículas e pasta) deverá crescer 37% até 2050 face a 2020. 

Se além destes produtos considerarmos as quantidades extras de madeira para substituir materiais não renováveis, rumo à descarbonização, a procura será ainda maior.  

Diante desta tendência de mercado, a indústria florestal, impulsionada pelo crescente consumo de madeira e seus derivados, exerce um impacto significativo no meio ambiente, principalmente quando o manejo não é realizado corretamente.  

Compreender esses impactos é fator crucial para promover práticas florestais mais sustentáveis e minimizar os danos ecológicos. 


O eucalipto consome muita água?  

E, uma das questões mais controversas envolvendo o setor diz respeito aos impactos ambientais gerados pelo plantio de eucalipto. 

Muitas avaliações indicam que essa árvore exótica consome muita água e contribui para a diminuição do fluxo de rios e córregos – e até para a seca completa.  

Para a indústria florestal as acusações de que o eucalipto consome muita água e contribui para a degradação das fontes hídricas é um grande mito. 

O setor defende a atividade de “florestas plantadas de eucalipto” como ambientalmente correta e que auxilia na redução de impactos ambientais. Para isso, enumera pontos positivos importantes, como:  

  • Alta taxa de sequestro de gás carbônico, considerado um dos vilões do aquecimento global;  
  • Restauração de áreas degradadas; 
  • Geração de empregos.  

Por outro lado, ambientalistas chamam as plantações de eucalipto de “deserto verde” por serem monoculturas com baixa biodiversidade e não consideram essas áreas como “florestas”. 

Apoiados nos conhecimentos de comunidades tradicionais e de pequenos agricultores, essas entidades defendem o ponto de vista de que as plantações podem, sim, gerar drásticos impactos hidrológicos. 

Diante dessa vasta discussão, uma coisa é certa: A indústria florestal proporciona muitos benefícios, mas também pode comprometer o meio ambiente.  

A melhor solução para resolver essa discussão é investir em uma boa gestão, nas melhores tecnologias e em práticas sustentáveis, como veremos a seguir. 

Mas afinal, como promover a redução de impactos ambientais do eucalipto? 

O eucalipto é uma cultura de grande importância para a economia brasileira, mas pode também causar problemas se for mal gerenciada. 

Logo, minimizar os impactos negativos da indústria florestal e promover práticas mais sustentáveis é fundamental. Neste caso, diversas medidas podem ser implementadas.  

Veja: 

Combate ao desmatamento ilegal  

Apesar de bem elaboradas, as leis ambientais brasileiras apresentam algumas lacunas em sua aplicação, inviabilizando suas propostas e objetivos. 

Logo, a redução de impactos ambientais depende da implementação mais rigorosa de leis florestais e políticas públicas que punam e desincentivem o desmatamento ilegal.  

Somente assim, a conservação das florestas nativas será possível. 

Certificação florestal  

A certificação é uma garantia de origem que serve para orientar compradores (atacadista ou varejista) a escolher um produto diferenciado e com valor agregado, capaz de conquistar um público mais exigente e, assim, abrir novos mercados. 

Dessa forma, a adoção de sistemas de certificação florestal, como o FSC (Forest Stewardship Council) e o PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes) é bastante interessante. 

Tais certificações garantem o manejo florestal responsável e sustentável, comprovando a redução de impactos ambientais. 

Plantio de florestas em áreas degradadas 

Incentivar o plantio de florestas em áreas já degradadas ou impróprias para a agricultura é mais uma boa alternativo, especialmente para evitar o desmatamento de florestas nativas. 

Pesquisa e Desenvolvimento  

O investimento em pesquisa e desenvolvimento de técnicas de manejo florestal mais sustentáveis é cada vez mais necessário. Elas minimizam os impactos ambientais e maximizam os benefícios sociais e econômicos. 

Por fim, mas não menos importante, é fundamental promover um maior diálogo entre os setores da sociedade, como empresas florestais, comunidades locais, ONGs, governos e centros de pesquisa. 

Neste contexto, o governo federal recentemente lançou o Plano de Desenvolvimento de Florestas Plantadas 2024 (PNDF).  

Ele traz a atualização da Política Agrícola de Florestas Plantadas. Visando contribuir com o aumento da produtividade e a utilização do potencial produtivo de bens e serviços da economia de base florestal.  

As iniciativas vão auxiliar na:  

  • Diminuição da pressão sobre as florestas nativas;  
  • Melhoria da renda;  
  • Qualidade de vida do meio rural;  
  • Integração entre produtores rurais e agroindústrias, que utilizam madeira como matéria-prima. 

Essa é mais uma estratégia para encontrar soluções conjuntas para os desafios da sustentabilidade florestal e redução de impactos ambientais. 

Conheça o REDD! 

Outra iniciativa bastante interessante para promover a redução de impactos ambientais é a REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal) ou, em inglês, Reducing Emissions from Deforestation 

Resultado da parceria entre pesquisadores brasileiros e americanos, este é um conjunto de incentivos econômicos que ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa resultantes do desmatamento e da degradação florestal.  

Dentro desta iniciativa há o Redd+. Este é um mecanismo que permite utilizar incentivos de mercado e financeiros visando à redução das emissões dos gases de efeito estufa oriundos da degradação das florestas e do desmatamento.  

O sinal “+” inclui o papel da conservação, do manejo sustentável e do aumento de estoques de carbono nas florestas, indo além do desmatamento evitado e da recuperação de florestas. 

Basicamente, o mecanismo REDD possibilita que as iniciativas sejam recompensadas financeiramente por seus esforços relativos à redução de emissões de gases do efeito estufa. Essas iniciativas podem ser relacionadas a governos e a empresas. 

Dessa forma, o setor florestal, que tem no eucalipto seu maior representante, desempenha um papel crucial na sociedade moderna, fornecendo madeira, celulose e outros produtos essenciais.  

No entanto, é fundamental que essa indústria seja conduzida de forma sustentável, minimizando seus impactos negativos ao meio ambiente.  

Por isso, a adoção de práticas florestais responsáveis, da implementação de políticas públicas eficazes e do diálogo entre os diferentes setores ajudam a indústria florestal a contribuir com um futuro mais verde e sustentável. 

Continue acompanhando o blog da Aiko e fique sempre atento às inovações e tecnologias voltadas ao setor florestal. 

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